quinta-feira, 29 de março de 2012

Creme do Céu

E lá, no meio do sertão nordestino, para as bandas de Caicó, se conta que certa noite caiu uma coisa do céu.
Meteorito, explicou o prefeito.
Seja lá o que foi, veio rasgando o céu que nem estrela cadente. Caiu e sumiu. Não fez barulho nem rachou o chão.
Veio até a televisão da capital procurar, e entre fios e microfones, ninguém nada encontrou.
Em seu leito de morte, Dona Zefa, doceira conhecida da cidade, anos depois do ocorrido, contou somente ao padre que a tal coisa do céu tinha caido no seu imenso quintal.
O padre, pego de surpresa, perguntou porque ela teria guardado este segredo por tanto tempo.
Zefa contou que o tal clarão que caiu do céu trouxe consigo um homem vestido de aviador. Ao ver Zefa ali apavorada, olhou para ela, e falando uma lingua que parecia francês, e entregou uma plantinha.
Das palavras ela só entendeu "mercí". Mas do olhar, ela entendeu que era para cuidar.
Ela cuidou por medo e por curiosidade misturadas no mesmo tacho.
A plantinha era feia, mas danada de cheirosa!
Quando a planta floresceu, Zefa não se conteve com a beleza  e perfume de suas flores. 
Colocou-as em vasos pela casa, nos armários, entre os livros...até na água de banho.
Fazia tudo em segredo, com medo e respeito pelo homem do clarão.
Um dia, trabalhando em sua doceira na cidade, preparava um creme para rechear um bolo. Foi aí que teve uma estranha vontade incontrolável de por umas florzinhas daquela planta no creme.
"Que loucura! Flor no creme!" pensou Zefa, já colocando as pequenas no tacho.
Tinha sido, de novo, o visitante do céu que tinha palpitado no seu ouvido sobre a receita.
Neste dia, Zefa criou seu ingrediente secreto que levava visitantes até da capital ao pequeno vilarejo em busca das suas "carolinas recheadas com creme do céu".
O padre, sem saber o que dizer, fez a pergunta sem esperar que houvesse resposta:
"E como se chamava este moço que caiu do céu, filha?"
Zefa respondeu:
"Antoine de Saint-Exupéry", disse ela sorrindo.
Antes que o padre pudesse perguntar mais alguma coisa, a querida Zefa veio a falecer. Sorrindo.
Nunca se ouviu falar de um só pé de lavanda naquela região...nem no quintal de Zefa.




quarta-feira, 28 de março de 2012

Padrão

Na porta da escola, vejo sair as crianças.
Primeiro os pequenos: um falando com seu amigo imaginário, outro imaginando sair voando como super herói, outro gargalhando...
Depois saem os "teenagers" e seus aspirantes: aqui já divididos, meninos com meninos, meninas com meninas. Uns parecem ainda estar no inverno e outros no verão. Interessante que as meninas parecem maiores que os meninos...
Por último saem os maiores. Personalidades praticamente traçadas, já podemos ver patricinhas, roqueiros, esportistas, hippies, tímidos e tímidas, artistas...
Com toda esta diversidade gostosa, que será que acontece que eles crescem, e a maioria opta por seguir um único "padrão"? 







terça-feira, 27 de março de 2012

Vida

o tempo
o vento 
tudo passa voando 
as flores
as folhas 
a poeira 
o movimento 
e as coisas que só nós vemos 
a vida vivida 
feliz e sofrida 
tudo num só momento 
cada um 
um momento 
cada coisa há seu tempo

segunda-feira, 26 de março de 2012

Janela





Diz o poeta na música: "...ter uma casinha branca de varanda, um quintal e uma janela, só pra ver o Sol nascer..."

quinta-feira, 22 de março de 2012

Música antiga numa voz atual



quarta-feira, 21 de março de 2012

No Meio


No meio do dia muitas flores fecham suas pétalas.
No meio do dia os gatos relaxam no sol.
No meio do dia muitos países fazem a "siesta".
No meio do dia fazer uma pausa, nem sempre dá.
Mas que tal reservar o meio do dia, pelo menos no meio da semana, para relaxar e encontrar-se bem tranquilo com você mesmo?
Boa quarta-feira para você!


In the middle of the day many flowers closes their petals.
In the middle of the day the cat relaxes in the sun.
In the middle of the day many countries makes the "siesta".
In the middle of the day, make a pause, isn't always possible.
But what about preserve the midday, at least in the middle of the week to relax and be very quiet with yourself?
Good Wednesday for you!




terça-feira, 20 de março de 2012

O Sol


Girassol
Gira o Sol 
Gira o mundo
Gira a vida
Gira Gira

segunda-feira, 19 de março de 2012

Monday


Monday.
Wake up like a cat.
Stretching, streeeetching, streeeeeetching.
Huuuuuuuum...

domingo, 18 de março de 2012

Secos e Molhados (Dry and Wet)

First of all I need to say that this brazilian band was created years before the american "Kiss", and became a huge success on 70's.
The band leader (vocals), Nei Matogrosso, 'till today sings wonderful songs.
This song asks us to remember Hiroshima atomic bomb (that they call "the rose of Hiroshima", and its victims, specially children and girls. 
The only rose that means intolerance, arrogance and disregard.

sábado, 17 de março de 2012

Dente de Leão



Cresce naturalmente, em qualquer relvado.
Quase sempre é considerada uma praga no jardim.
De verdade pode ser uma salada deliciosa, ou ingrediente de uma elegante omelete.
E, pasmem, tem mais vitamina C que uma cenoura.
É...precisa mesmo conhecer antes de julgar...

sexta-feira, 16 de março de 2012

Vitela Caramella

O que faz a foto de um boizinho no meio das flores?
Vou explicar.
Fui ao campo fazer algumas fotos e encontrei um pequeno rebanho confinado. Este era o único bezerro do grupo.
Dentro do recinto onde eles estavam, não havia uma só erva crescendo, Tinham comido tudo.
Mesmo alimentados pelo feno, o animal prefere sempre as plantas frescas. Então, por mais alimentado que esteja, come tudo que encontrar de fresco que estiver por volta, antes de partir para alimentação seca, como feno ou qualquer outro tipo de ração.
Segundo o fazendeiro do local, uma das plantas que eles mais gostam é o Dente-de-Leão, uma flor que possui mais vitamina C que a cenoura!
Depois dizem que estes bichinhos não tem inteligência.
Talvez sejamos nós os menos inteligentes, que separamos este bichinho da mãe logo no seu nascimento. Depois prendemos ele numa corda bem curta para ele não se movimentar  criar músculos. Para completar a maldade, a gente dá só leite para ele, assim ele fica anêmico.  Sabe para que? Assim, quando a gente abater o bichinho, a carne dele está bem clarinha, como o diabo gosta...
Carne de vitela, não como nunca mais. 
Deu vontade de comer uma coisinha diferente e chique?Melhor comer Dente-de-Leão...

quinta-feira, 15 de março de 2012

Veronicas



Hoje tinha me preparado para escrever estorinhas ligadas a esta outra flor selvagem preprimaveril, mas as fotos que tenho aqui não estão tão boas.
Bem que se diz: se beber, não dirija, nem fotografe...
Perdi a inspiração.
As vezes acontece.
Amanhã vou procurar um lugar cheio delas, bem no sol. Vou deitar e vou conversar com estas meninas, para elas serem boazinhas com a minha objetiva...

quarta-feira, 14 de março de 2012

Primeiros Filhos da Primavera


Primeiro era a neve, branca, imaculada, a cobrir aqueles campos.
Dias e noites se passavam, e nada mudava. 
Imóvel continuava a neve.
Era de um branco tão branco, que podia-se sentir a imposição do silêncio do branco.
Até que, enfim, chegou o dia.
O Sol começou a beijar aquela imensidão branca.
Pouco a pouco, toda aquela neve foi se derretendo.
Debaixo dela, escondido e quase intocado, o manto do Outono se fez revelar.
Então, aquela imensidão branca deu lugar a uma imensidão castanha. 
Castanho de um sem número de folhas, pequenos galhos e terra molhada.
De novo o silêncio.
Eis que aí veio o Sol de novo com beijos quase invisíveis.
E justo onde aquele beijo tocou, despontaram os primeiros filhos da Primavera.

Como é linda a natureza!


(Flor: Scilla bifolia ou Giacinto silvestre )

terça-feira, 13 de março de 2012

O que é o que é: a resposta

A linda fotografia de ontém, embora a semelhança com uma grande flor, na realidade são tipos de cogumelos. Ou seria mais certo dizer "funghi"?
Porém, ninguém pode dizer que são rosas comestíveis e deliciosas de fazer salteadas com azeite, alho e um copo de vinho branco. Ou seria melhor dois...um para a panela outro para a gola?

segunda-feira, 12 de março de 2012

O que é o que é?


Flor ou em flor? Quem adivinha o que é?

domingo, 11 de março de 2012

O Sorriso do Pescador

Papai do Céu,
Que eu comece este Domingo como o mesmo sorriso do pescador.
Vou dar bom dia até para quem não conheço.
Vou dar um passeio.
Se eu encontrar uma velhinha com um carro velho na minha frente, prometo não buzinar.
Aliás, se eu puder não ir de carro, vou de bicicleta.
Se eu for de bicicleta, prometo tomar suco, e não refrigerante (suco de cevada está liberado...)
E já que não vou tomar refrigerante, não vou comer carne vermelha.
Vou comer algo diferente do rotineiro.
Se for a um restaurante, vou perguntar se tem salada de capuchinha.
Se não tiver, vou sugerir ao gerente a inclusão no cardápio.
Vou ligar para um amigo que está longe.
Vou ligar para um parente idoso, que também está longe.
Vou lagartear no sol ou na chuva. O que der, valerá.
Vou fazer coisas simples e prazerosas.
E no fim da noite, vou deitar no sofá, pegar um bom livro e vou ler, ou dormir abraçado com ele...com o sorriso do pescador.
Bom Domingo!!

sábado, 10 de março de 2012

O Sorriso



Hoje é a primeira vez que escrevo tão tarde.
Fui fazer trabalho voluntário novamente.
Aí fiquei pensando que foto colocar aqui que pudesse retratar o mais próximo possível a satisfação da gente quando se termina um dia como este.
Um jardim bem cuidado e cheio de florzinhas me pareceu muito óbvio. E, já disse, não me atrai o óbvio, o padrão.
Passando as fotos, bati os olhos nesta e disse: achei!
Tirei esta foto numa praia da Espanha. Eram dois pescadores que estavam chegando à tardinha com o barco, e lutavam para guarda-lo. Foi uma coisa super trabalhosa, e eles estavam tendo dificuldades. Foi aí que chegou um terceiro, da terra firme, e os ajudou voluntariamente. 
Não foi fácil. Lutaram muito juntos, e a ajuda dele foi fundamental.
O sorriso dele traduz o prazer de ser útil.
Hoje, este também é meu sorriso.

sexta-feira, 9 de março de 2012

A Rosa de Pixinguinha

Incrível ver que faz tanto tempo que Marisa Monte regravou esta pérola do Pixinguinha.
Incrível ver que pouco se fala deste músico e poeta brasileiro incrível.
Incrível, era a música que minha avó cantava para que eu dormisse. 
Vai ver que vem daí a minha inspiração pelas flores....de berço!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia Internacional das Mulheres




Dia Internacional da Mulher. 
Dia de receber flores onde quer que se vá.
No Brasil, rosas de todas as cores. Na Europa latina,  como Itália, França, Espanha, pequenos buques de Mimosa.
Queria postar umas belas fotos de Mimosas que tirei no ano passado na Costa Azul, mas o computador onde estavam armazenadas, justo ontem à noite, resolveu morrer. Espero que haja vida após a morte, porque a maioria das minhas fotos estão armazenadas nele.
Mimosas são árvores de porte médio, que dão umas flores delicadas de um amarelo intenso, em pencas, em forma de bolinhas. Florescem à partir de Fevereiro. Muito delicadas e bonitas. Para os fotógrafos de plantão, elas são fantásticas para fotografar. E colorem o inverno, avisando que a Primavera já acordou, e está à caminho.
É um dia muito gracioso, mas uma pulga insiste em cochichar atrás da minha orelha: mas afinal, se hoje é o dia das mulhes, não será que todos os outros são....dos homens??
Dona pulga, não faça polêmica, curte!
Bom dia a todAs!!!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Sangue




Seu sangue, meu sangue
Sangue do meu sangue
Seu amor, minha vida
Amor da minha vida
Seu pensamento, meu veneno
Penso e quase me rendo
Seu corpo, meu ciúme
Obsessão como de costume
Seu desejo, minha tragédia
Nossa história como Divina Comédia
Seu final, meu também
Tudo acabado, adeus meu bem.


terça-feira, 6 de março de 2012

Trabalho Voluntário



Hoje só amanhã, porque é meu dia de fazer trabalho voluntário.
Melhor que fluoxetina, paroxetina, lorazepam, alprazolam e o escambalzam a quatro
Prometo que amanhã posto muitas e muitas flores que estão sendo produzidas por lá.
Beijos.

segunda-feira, 5 de março de 2012

E Continuando a falar de Donzela...



Como o post de ontem é muito longo, hoje vou escrever pouco.
Você sabia que no Maranhão (norte do Brasil) há uma ilha chamada Lençóis, cuja incidência de albinos é fora do padrão? Eles são chamados de "povo da Lua" e acreditam que são todos filhos de Dom Sebastião, o rei menino, que eles juram ouvir cavalgar pela praia nas noites de lua cheia. Interessantíssimo, heim??

domingo, 4 de março de 2012

Donzela da Cabeça de Papel


((a estória é boa, mas se vcs vissem a fotografia do Alessandro Giraldi q o inspirou...para ver entre no facebook, user "orchidea fantastica"))

Era uma vez um reino distante. 
Este reino, grande, vasto, imensamente diversificado, era habitado por seres também muito particulares. 
Habitavam ali as mais normais das espécies, como os pombos cinzas das praças, os cachorros que latem inesperadamente em um portão, as andorinhas do fim da tarde e as formigas de jardim.
Mas habitavam também seres menos, digamos, óbvios, como o boto cor de rosa, o bicho-pau, a preguiça...sem falar no estranho “mede palmo”.
E haviam os seres menos seres, como o chupa-cabra, a cuca, a mula sem cabeça, e por aí vai...
Os seres humanos também davam sua contribuição mais do que especial dentro desta diversidade.
E exatamente neste reino nasceu uma bela criança, que não era princesa, chamada Donzela. Nenhum príncipe a beijaria. Não adiantaria ela sair por aí beijando sapos, porque o máximo que poderia acontecer seria ela ter alguma estranha doença, ou uma dermatite. Seria também muito perigosa a idéia de ir se esconder na casa de sete desconhecidos anões.
Diante de tal realidade, só restou a ela crescer e enfrentar o mundo de peito aberto.
Mas isto não era nada fácil.
Voltando ao assunto diversidade, Donzela não se assustou quando teve que sair de casa à noite e dar uma bronca no Saci Pererê, que estava lá fora pregando peças aos cavalos. Menos problemas ainda ela teve quando fazia jogging pela floresta e teve que brigar com o Curupira porque este aí queria instalar um pedágio pelo uso da floresta. Mais adiante ainda teve que se indispor com o Caipora que, bêbado, achou que podia dizer umas gracinhas para nossa caríssima Donzela. Hábil no karatê, bastou um golpe e ela apagou o fogo dele.
Não se assustava com quase nada, porque se assustava quando se via no espelho. A imagem refletida não era jamais o que ela queria ver. 
Apesar do toda a diversidade ao redor, ela era convencida que havia um tal “padrão”. E ela se considerava totalmente fora dele.
Desesperada, tentou de tudo. Mudou de cidade. Pintou os cabelos, fez bronzeamento artificial, musculação, pilates, ioga, escova progressiva e regressiva, unhas de porcelana, francesinha, adesivada, banho de sol, de lua, de marte, de vênus. Tentou de tudo. Mas o olhar no espelho era sempre desaprovador. O tal padrão nunca era conquistado.
Infeliz, nossa Donzela seguiu vivendo como achava que se podia, apegando-se ao fato de que pelo menos a tal fatalidade não poderia piorar.
Mas eis que o fatídico dia do “pior” chegou: Donzela conheceu o amor.
Arrasada, nervosa, mas dinâmica, decidiu que iria pelo menos desfrutar a amizade daquele ser tão agradável. Apaixonada, ela recortou uma revista, colou em um saco de padaria e colocou na cabeça. Plano perfeito.
Donzela e Amado acabaram virando amigos. Conversavam dias e noites, e noites e dias. Toda a floresta ao redor parecia sempre florida quando eles estavam juntos. Harmonia total. Ficaram até amigos do Saci Pererê, do Curupira e do Caipora.
Amado a respeitava assim como ela era, com suas graças e esquisitices. 
Curioso, mas controlado, esperou ter intimidade suficiente para perguntar sobre a cabeça de papel. Donzela, já preparada para a possível pergunta, explicou que voltara recentemente de Londres, e lá é moda...e quem vai discutir se é moda em Londres?
Mas já que Donzela foi sincera e falou de sua esquisitisse, pensou Amado, ele também iria contar a dele. Ele estava ali por aquelas bandas, mas seguiria em breve para outros territórios. Isto porque, apesar do relacionamento lindo, ele estava em busca de um sonho antigo. Queria ir para o reino do Maranhão, numa localidade onde todos os seres eram albinos. Figuras exóticas, fantásticas e cheias de misticismo. Claro que eram pessoas normais, mas ele havia visto um documentário e se apaixonou por uma das donzelas entrevistadas. Tinha que ir atrás do sonho.
A estória está ficando grande aqui para o blog e para a sua paciência? OK, vou resumir...
Claro que a paixão à primeira vista que Amado teve ao ver o documentário era Donzela. Donzela era linda, só que não era o tal “padrão”. Mas e agora, como revelar a verdade a Amado e, digamos, matar o coelho com uma só cajadada?
Bem, burra era a última coisa que se podia dizer que Donzela era.
Despediu-se de Amado e propôs que para o último dia que passariam juntos, ela queria ir à praia. Embora tivesse dito desde o princípio que detestava mar, areia e sol, ela iria fazer o sacrifício pela profunda relação de amizade deles.
No dia seguinte, no horário e local marcado, Donzela estava na praia, em um lindo biquini preto. O tal saco ela tinha tirado da cabeça, mas escondia o rosto com uma destas revistas cheias de fotos de donzelas de outras padronagens.
Quando amado chegou, ela se colocou bem de frente a ele. Ele, sem entender o que estava acontecendo, e sem saber o que fazer, fitava os olhos da fotografia na revista, como se procurasse o brilho dos olhos de Donzela, nunca antes vistos.
Ela tirou a revista.
Ele tirou o sorriso e uma lágrima.
O resto vocês já sabem...se abraçaram, se beijaram e foram felizes para sempre.
Dedico este post aos fotógrafos Renan Rosa e Alessandro Giraldi

sábado, 3 de março de 2012

Top Models

A natureza é tão perfeita, que nem precisa fazer pose.







sexta-feira, 2 de março de 2012

O Mais Improvável dos Jardineiros



Ontém de manhã tivemos a triste notícia da morte de Lucio Dalla.
Digo "tivemos" porque estou na Itália, onde este "cantautore", conquistou da bota até o taco.
Navegando pela internet, na procura de notícias do ocorrido em sites brasileiros, quase nada encontrei.
Gosto de definir Lucio Dalla como o mais improvavel dos jardineiros.
Lembro como se fosse hoje, anos e anos atrás, quando numa ensolarada tarde de Domingo, fui até  o Parque do Ibirapuera com minha mãe assistir ao concerto de um tal Lucio Dalla.
Não sabia direito quem era, na realidade tinha ido ver "o cara" que cantava Caruso.
O palco grande e alto, montado lá no meio do parque, em um imenso gramado, já estava montado. Tinha espaço para uma banda e, à direita, um grande piano branco.
Lindo...céu azul, palco branco, e a platéia relaxada, cada um a seu modo, naquela imensa relva.
A banda chegou e a multidão se agitou. As pessoas se levantaram, bateram palmas e começaram a chamar pelo cantor.
Fase dura esta, de concerto gratuito, para quem tem menos de 1,70m de altura. 
Comecei a me esticar para tentar ver o palco. Comecei a procurar aquela fresta entre as várias cabeças na minha frente para encontrar o melhor ângulo entre mim e o microfone do cantor. Achei! 
As pessoas começaram a aplaudir, gritar, mas....cadê o cara? Eu não via nada! Será que ele era parecido com o Julio Iglesias?
De repente veio a melodia, e depois a voz. Num encontro perfeito, numa vibração deliciosa, se fez a música por completo.
E por aí foi. Uma surpresa depois da outra.
Descobri que era dele uma emocionante canção cantada pelo Chico Buarque chamada "Menino Jesus" no Brasil, e originalmente "4 Marzo 1943". 
Enfim, ele cantou a então famosa Caruso
Alguns curtiram, outros choraram, beijaram, dançaram e queriam mais e mais. E ele deu, deu e deu.
Digo que Lucio Dalla era o mais improvável dos jardineiros, porque este cara, que era um "cantautore", ou seja, um que escreve as letras das músicas que canta, não havia estudado música. Além disso, teve a sua carreira impulsionada por uma música que tinha o nome mais estranho do mundo: a data do aniversário dele (4-3-1943). Quando ele fez esta música com uma amiga, não tinha certeza se era boa. Mas teve um encontro improvável com "um tal" Francisco Buarque de Holanda, e cantarolou a música. Chico chorou, tamanha a emoção. Este mesmo cantor italiano, era totalmente fora dos padrões mediáticos: muito baixinho, bem feinho, e só fazia as coisas do jeito que ele queria.
Mesmo assim semeou e colheu flores e mais flores em forma de canções lindas, impactantes nos nossos corações.
Mesmo assim, no momento de sair de cena, tudo isto não impactou a mídia internacional. Para isto, deixo aqui os meus protestos.
Fico triste porque ele foi, mas sou contentíssima porque ele veio!
Ciao, Lucio.