No jardim do meu vizinho havia uma plantinha chamada "onze horas".
Era uma planta rasteira, que dava umas flores pequenas e delicadas, de várias cores.
De manhã ela começava a se abrir, e às onze horas estava aberta, maravilhosa, no seu explendor saudando o sol.
Maravilhosa e sábia, entendia a sua hora, o seu momento. E respeitava, religiosamente, aquele ciclo.
Ai, quanto tormento teria eu evitado se tivesse a mesma sabedoria daquela florzinha.
Mas inúmeras são as vezes que quero flexibilizar o tempo, e me imponho suportar mais do que sou capaz.
E inúmeras também são as vezes onde sei que o tempo não será suficiente, mas insisto em algo que seria necessário o dobro de prazo.
Acabo vegetando.