Cantinho da Macumba... |
Fui dormir e acordei com a notícia da morte da Whitney Houston.
Estas coisas me provocam uma mistura de sentimentos: curiosidade, pena, comoção, perplexidade, entre outros. Whitney, Michael, Amy, Curt...nomes públicos para dores muito particulares.
Sim, para fazer uma pessoa agir de formas tão extremas, deve ser uma dor muito grande, insuportável, bem no meio e dentro do peito.
Deve ser uma sensação de sufocamento enlouquecedora.
E, provavelmente, o insustentável peso de uma solidão a empurrar tudo isto para dentro daquele ser.
A vida está ficando muito complicada...
Já senti um pouco disso tudo na minha própria pele.
E conheço tantas outras pessoas que, para mais ou para menos, estão na mesma situação.
Por estas e outras, faz bem pouco tempo, decidi descomplicar. Sem grandes revoluções, vou pegando cada pedacinho deste "presente" e descomplico.
No ano novo, por exemplo, um querido casal convidou para comemorar na casa deles. Como boa mocinha educada que sou, cabia a mim levar um presente aos anfitriões.
Ir ao shopping comprar uma boa garrafa de champagne seria o mais óbvio. Mas...
Óbvio não é mais comigo.
Me matar no estacionamento de um shopping brasileiro em pleno período de festas também não faz parte do meu ser.
Dar um presente simplesmente para respeitar um protocolo...menos ainda.
Peguei o desafio, "baixei o santo" da inspiração e fui para o jardim, com tesoura, cola, cordões, etc.
Cortei galhos de louro, de limão siciliano, de alecrim, e de aroeira.
Alecrim e limão em flor. Vocês precisavam sentir o cheiro desta dupla!
No meu vizinho, escolhi no chão algumas pinhas.
De uma caixa empoeirada no armário, saíram as antigas bolas de natal prateadas.
Com muita serenidade comecei, com muito amor, a colar daqui, pintar dali, respeitando o material e a habilidade que tinha.
Curti cada passagem daquele processo.
O resultado foi uma "guirlanda da sorte", uma grande brincadeira, que saiu bem charmosa!
Chegou a noite, e fomos todos para a casa da amiga.
Lá aconteceu aquilo que eu chamo de conhecidência não-conhecidência...
Minha amiga, muito divertida, havia criado o "cantinho da macumba": uma mesa branca com flores, pimentas, sal grosso, velas e galhos de arruda. A tal mesa estava encostada em uma pequena parede que tinha um gancho...sem nada...ali só esperando o inesperado...
Aquilo completou o prazer que tive em fazer algo tão simples, descomplicado, com as minhas mãos, poucos recursos, mas muita imaginação e amor.
E me mostrou mais uma vez que quando as pequenas ou grandes coisa são feitas assim, com prazer, elas geram uma energia tão grande, que te sintoniza com o momento, com o outro.
Lindo, e - garanto - libertador.
Dedico este post ao casal mais em sintonia que conheço...Fabi e Paulo, e desejo amor e felicidade sempre.